terça-feira, 31 de janeiro de 2012

31 de Janeiro de 2012

o poema não é bonito
o poema é só
poesia
para dizer o poema
que és tu

mas agora os meus olhos fecham-se
são persianas das casas
ao cair do dia
movimento lento vagar cuidadoso
e então
o olhar por dentro
doce consciência
meu ritmo e cadência
no que há de ti

tenho um minuto improvável
dentro de sessenta segundos
marco as tuas palavras
sublinho-as como quem estuda
a cor secreta dos desejos

+ dois minutos prováveis
duas vezes sessenta segundos
para sentir que
toco a tua pele amanhã
tão devagarinho
que o poema é isso
o poema és tu


2 comentários:

Miguel Gomes Coelho disse...

Ana Paula,
Belo como sempre.
Um abraço.

Unknown disse...

não merece aquilo que me apetecechamar de "ditadura do like".

como se soube bem ler este poema, como me apetece encostar-me a ele e descansar. ao invés da pressa que nos assola, da ausência de tempo parasentir... Obrigada, Ana Paula!

(fico a relê-lo...)

The Beggar Maid
Sir Edward Burne-Jones
Theseus in the Labyrinth
Sir Edward Burne-Jones

Obrigada!

Veio do aArtmus

Obrigada!

Veio do Contracenar

Obrigada!

Obrigada!

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