Ela admirava Camille Claudel. Admirava-a como artista e na verdade como ser humano - completo na sua existência dilacerada. Ele dizia que era maravilhoso que ela tivesse enlouquecido. Louca por amor. Depois disto ela achou terrível e revoltante que o amor pudesse ser entendido como loucura a que é preciso chegar no seu apogeu. Que a loucura fosse prova de amor. Mas ele achava magnífico. Suspeitava ela de que o carácter grandioso deste amor estivesse no poder de alguém conduzir um outro à insanidade. Continuava também por isso a não aceitar essa "pincelada" supostamente de mestre no cerne de uma paixão. Se há loucura dizia ela está antes e logo no início. Se o amor é loucura... Que fica belo dizê-lo. Mas vivê-lo é sempre diverso.
Ele insistia que o amor é loucura. Ela queria vivê-lo enquanto lucidez. Mas os grandes dramas que resultam em histórias magníficas são sempre melhores para criar heróis e heroínas - isto parece ser verdade. No entanto ela queria saber se as pessoas simples também amam ... Se o amor pode ser simples como o correr da água de um rio que se renova e é ainda e sempre o mesmo que se agita mas segue o seu curso... Ela queria saber dessa simplicidade do amor. Do amor louco Breton e etc já tinha lido muito... Mas quase nada do amor simples.
Interrogou-se e interrogou-o ao longo de dias. Mas ele não lhe soube responder.
2 comentários:
E dizer que é na simplicidade que vive o verdadeiro...
Beijocas.
às vezes o amor não tem resposta...
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