o poema não é bonito
o poema é só
poesia
para dizer o poema
que és tu
mas agora os meus olhos fecham-se
são persianas das casas
ao cair do dia
movimento lento vagar cuidadoso
e então
o olhar por dentro
doce consciência
meu ritmo e cadência
no que há de ti
tenho um minuto improvável
dentro de sessenta segundos
marco as tuas palavras
sublinho-as como quem estuda
a cor secreta dos desejos
+ dois minutos prováveis
duas vezes sessenta segundos
para sentir que
toco a tua pele amanhã
tão devagarinho
que o poema é isso
o poema és tu
2 comentários:
Ana Paula,
Belo como sempre.
Um abraço.
não merece aquilo que me apetecechamar de "ditadura do like".
como se soube bem ler este poema, como me apetece encostar-me a ele e descansar. ao invés da pressa que nos assola, da ausência de tempo parasentir... Obrigada, Ana Paula!
(fico a relê-lo...)
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