serei pois coloquial
menos por menos dá mais
e +
: o poema também é ácido
cá dentro violentas tempestades
lá fora um novo e passa fome
de tudo o que tanto nos julgámos
há um só fim
tão feitos de pouca matéria
e etérea
mas falar persiste onde deve persistir
e aí é sempre o lugar que seja
e o tempo que se quer
em tempos (pois sim) acreditei em fadas
e em gnomos das terras do norte
depois vieram as estrelas longas galáxias enroladas
em busca do seu centro
autofágicas
tremendas povoaram o meu quarto
à espera de confirmação
um dia vi-te
constelação longínqua
e li as grandes explicações
de tudo
enquanto o tempo passava nesse constante contínuo não estanque
que a noite espalha enquanto desarma só
mais tarde olhei aqueles e aquelas
que ensaiam danças
e exercitam puzzles
que se procuram e eu noto
uma construção feliz
e é recente
porque é
à lucidez da manhã
aplaudo-os sorridente clap clap boa
no que vem
verto sublimação
há sóis à espera de mim
e enquanto não me derreto
escrevo
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