quarta-feira, 17 de novembro de 2010

17 de Novembro de 2010

Respiração

No ar um céu cinzento fala-me dos amores que se impedem de penetrar bem fundo nas profundezas do mar. Dos que ficam à tona e na crista das ondas eis que vão e se embalam em crenças pois ofertas dos deuses só o são em dias de desespero. Um céu cinzento que se obriga a chover e depois traduz líquidos amores que então se revelam tímidas telas simples aguarelas pálidas efusões e enternecem vagarosamente observadores exteriores.
Oculto um fundo no mar imenso fala-me dos amores mergulhados em vívidos sonhos que impenetráveis respiram por dentro do silêncio e da escuridão a sós submersos no longo pulsar do mundo.
De perto a planura da areia onde se revela a pintura sentimental como lugar recoberto que camada após camada demora cada pincelada para criar um detalhe dentro da imensidão.
Ao alto ergue-se a lua as estrelas brilham difusas e a noite chega despedaçada quando o coração em eclipse se diz como lugar fechado na mordaz eternidade.


4 comentários:

Miguel Gomes Coelho disse...

Palavras belas, Ana Paula !
Palavras belas !

Mar Arável disse...

e foi assim
que aprendi a respirar por guelras

Belo texto

tiaselma.com disse...

O coração em eclipse... Adorei a imagem...

Beijocas!

tiaselma.com disse...

Comentei sobre esse texto fantástico mas acho que não entrou.
Escrevi o quanto gostei da imagem de um coração em eclipse... Lindo!

Beijocas!

The Beggar Maid
Sir Edward Burne-Jones
Theseus in the Labyrinth
Sir Edward Burne-Jones

Obrigada!

Veio do aArtmus

Obrigada!

Veio do Contracenar

Obrigada!

Obrigada!

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